terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Bolsas de estudo de mestrado e doutorado permitem "viver de estudar"




Bolsas de estudo de mestrado e doutorado permitem a profissionais "viver de estudar"

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Cietífico e Tecnológico (CNPq) criou para 2011 mais 2 mil bolsas de mestrado e doutorado, elevando o total distribuído em todo o País para 21,7 mil. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informa que beneficia cerca de 50 mil pós-graduandos por ano com auxílio mensal. São Paulo conta também com 6 mil bolsas para pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Embora ainda longe da média dos salários da maioria dos profissionais com ensino superior, as bolsas de estudo hoje vão de R$ 1.200 para mestrado a R$ 5 mil para o pós-doutorado (veja tabela por agência financiadora abaixo) o que já torna possível viver de estudar. “É apertado, mas compensa”, explica Tatiana, que fez a escolha de olho no futuro. “Depois disso, vou poder me inscrever em concursos para professor de universidade pública, o que garante uma renda bem maior do que dando aula no ensino básico.”
A bolsa é para o sustento do pós-graduando. Outros custos de estudo dos bolsistas são cobertos por uma reserva técnica. A Fapesp paga este adicional diretamente ao estudante ao longo do curso. Tatiana, por exemplo, já recebeu algumas parcelas em conta corrente e usou para viajar ao México e à Fortaleza (CE) pela universidade, comprar livros e um notebook. “A única exigência é que tudo seja doado à instituição ao final da pesquisa”, diz. 
O CNPq e a Capes deixam a verba à disposição do orientador dos estudantes, que deve administrar o dinheiro para um grupo. Flavia Alves de Souza, também doutoranda da Faculdade de Educação da USP, mas com bolsa do Conselho Nacional, conta que tem apenas parte dos gastos com congressos e livros pagos. “Isso depende de quantos interessados há em cada evento, nós fazemos o pedido e, às vezes, a cobertura financeira é total, em outras parcial”, explica.

Mudança nas regras em 2010
Via de regra, bolsistas não podem ter vínculo empregatício. A intenção é que o estudante se dedique totalmente à pesquisa. Em 2010, no entanto, os dois órgãos financiadores nacionais publicaram portaria que flexibiliza o trabalho paralelo. Passaram a ser aceitos empregos ou colaborações que estejam relacionados ao estudo, o que em geral significa dar aulas.

Como se candidatar a uma bolsa?
As agências de fomento à pesquisa distribuem as bolsas entre as instituições, conforme o conceito e o número de alunos de cada programa. A cada ano, também há uma revisão das áreas que receberão maior investimento conforme a demanda.
A solicitação de bolsas é feita pelo orientador ou o departamento. É possível solicitar antes do início das aulas, mas apenas após a devida aprovação do projeto pela instituição.

Modalidades de Bolsas 

A FAPESP oferece bolsas no Estado de São Paulo e no exterior. No Estado de São Paulo, as modalidades oferecidas são: Treinamento Técnico (TT), Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado, Doutorado Direto e Pós-Doutorado.



Iniciação Científica

Destina-se a alunos de graduação em instituições de ensino superior localizadas no Estado de São Paulo, para desenvolvimento de pesquisa científica ou tecnológica, sob a direção de um orientador. O aluno já deve ter concluído um número suficiente de disciplinas relevantes para o projeto. A bolsa é concedida, em circunstâncias normais, por período de um ano, sendo renovável após análise do desempenho do bolsista e de seu histórico escolar. Não se concede bolsa por período inferior a seis meses.

Mestrado

Destina-se a alunos regularmente matriculados em programas de pós-graduação stricto sensu para desenvolvimento de projeto de pesquisa que resulte em dissertação. O prazo de duração é de 24 meses.

Doutorado

Destina-se a alunos regularmente matriculados em programas de pós-graduação stricto sensu, para o desenvolvimento de projeto de pesquisa que resulte em tese. Sua duração é de três anos, podendo ser renovada por mais 12 meses.

Doutorado Direto

Destina-se a apoiar projetos de pesquisa de alunos que, matriculados em programas de doutorado, não tenham o título de mestre. A duração dessa modalidade de bolsa é de quatro anos, prorrogáveis por mais 12 meses.

Pós-doutorado

Destina-se a portadores do título de doutor com titulação recente no país ou no exterior que tenham revelado destacado desempenho científico ou tecnológico para desenvolvimento de pesquisa em instituição localizada no Estado de São Paulo sob a supervisão de um pesquisador experiente. A duração dessa modalidade de bolsa é de até 24 meses, admitindo-se prorrogação, dependendo do desempenho, por mais 12 meses. Para bolsas vinculadas a Projetos Temáticos, CEPIDs e Jovens Pesquisadores o tempo máximo de duração da bolsa pode chegar a 48 meses.

Bolsa de Pesquisa no Exterior (Pq-EX)

Concedida a pesquisador com título de doutor ou qualificação equivalente, comprovada por sua súmula curricular, para a realização de atividades de pesquisa em instituição no exterior.

Novas Fronteiras

Para a realização de estágios de longa duração em centros de excelência no exterior, em áreas de pesquisa ainda não bem implantadas no Estado de São Paulo, no âmbito do Programa Novas Fronteiras da FAPESP.

Tabela de valores FAPESP

Fonte: iG/Fapesp via Expressmedianews