quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Gestão por Competência

Gerir pessoas não é mais sinônimo de controle, padronização ou rotinização. Gerir pessoas significa hoje - em um tempo em que emergem formas de administração mais flexíveis - estimular o envolvimento e o desenvolvimento das pessoas. Com o objetivo de retratar essa nova forma de gestão das relações entre as pessoas e as organizações, o professor da FEA/USP Joel de Souza Dutra organizou a coletânea Gestão de Competências, reunindo artigos de diversos docentes da área de Recursos Humanos da FEA/USP.

Os temas apresentados em cada um dos trabalhos são resultado dos debates realizados na 12ª Jornada AAPSA (Associação dos Administradores de Pessoal) em parceira com o Programa de Estudos em Gestão de Pessoas (PROGEP-FIA). "A empresa competitiva precisa, mais do que nunca, compreender o elemento humano e desenvolver a educação corporativa, o que trará implicações mais concretas para a organização, como, por exemplo, os modelos de remuneração", declara Dutra.

A obra reúne seis artigos, que trazem a linha de pesquisa de cada um dos autores. No trabalho "O conceito de modelo de gestão de pessoas - Modismo e realidade na gestão de Recursos Humanos", o professor André Luis Fischer, Vice-coordenador do curso USP-MBA RH, debate esses modelos. "O conceito de modelo competitivo de gestão de pessoas é uma realidade concreta, não uma abstração oriunda da imaginação de estudiosos do tema. Por mais sensível aos fatores externos e internos à empresa, tal conceito assume configurações mais diversificadas, mostrando-se menos padronizado e prescrito que os anteriores", declara o autor. Nos textos "Gestão de pessoas com base em competências" e "Gestão do desenvolvimento e da carreira por competências", o professor Joel Dutra busca debater o conceito de sistemas de desenvolvimento e de carreira por meio da competência.

O técnico do PROGEP José Antônio Monteiro Hipólito discute as "tendências no campo da remuneração para o novo milênio", debatendo sobre o avanço da parcela variável de remuneração no composto de recompensas. Para Hipólito, "é inquestionável que vivemos um momento de transição, em que boa parte das organizações já experimentou formas alternativas de gerenciar seus sistemas de recompensa e outras continuam observando os movimentos de mercado, à espera, talvez, de que um nível maior de pressão os obrigue a mudar". Já a professora Maria Tereza Leme Fleury, Vice-diretora da FEA e Coordenadora do PROGEP, apresenta uma análise sobre as competências organizacionais e individuais e sobre os processos de aprendizagem individual e grupal no artigo "Aprendizagem e Gestão do Conhecimento". Segunda a autora, "a tendência à coerência que caracteriza as interpretações organizacionais é possibilitada pelo partilhar de informações e transcende o nível individual. É a maneira pela qual a organização preserva o conhecimento do passado, mesmo quando alguns elementos chaves a deixam."

A fim de pousar um "novo olhar sobre a educação corporativa (Desenvolvimento de talentos no século XXI)", Marisa Eboli fala sobre a importância da educação corporativa para o desenvolvimento da competitividade empresarial. A professora defende que "é necessário formular sistemas educacionais competitivos que incorporem novos elementos, tais como recursos tecnológicos e de aprendizagem, promovendo, desta maneira, a transição de alunos que se comportam como aprendizes passivos em gestores ativos de negócios do cenário global".


Trabalho: UNIVAP/Elaine MSCS-2005

Livro: Gestão de Competências
Organizador: Joel de Souza Dutra
Editora Gente, São Paulo, 2001, 118 p.

Contato com os autores:
Tel.:(11) 3818-5836
E-mail: jdutra@usp.br