quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Aprendizagem e Gestão do Conhecimento

Aprendizagem e Gestão do Conhecimento

A fuga do conhecimento empresarial possui o índice de rotatividade como excelente mecanismo de avaliação dentro das empresas .

Sveiby utiliza o tempo de profissão, escolaridade do funcionário, espírito de corpo entre outros como seus indicadores. O mesmo autor divide a Gestão do Conhecimento em duas abordagens : uma mais próxima daquela do capital Intelectual enquanto a outra abordagem contempla o aspecto dinâmico do conhecimento .

Esta segunda abordagem tem despertado a atenção de estudiosos mesmo aqueles que não estudam diretamente a G.C. ,pois a discussão sobre a comunicação e a aprendizagem propõe elementos virtuosos para as relações de trabalho.

Foray fala das modalidades de aprendizagem que podem ser através dos mecanismos informais e espontâneos de troca e partilha do conhecimento ou através dos processos formais de cooperação e aprendizagem coletiva ,através da união de interesses ou da chamada formação de consórcios , na qual surge a invenção coletiva que visa a solução de problemas oriundos resultantes da crescente divisão do trabalho . A aprendizagem coletiva ou grupal permite aos colaboradores da empresa interpretar todo ambiente externo , de forma a modificar o comportamento organizacional da empresa e ao seu redor. A aprendizagem coletiva e motivada pelas competências - que é definida como um conjunto de conhecimentos , habilidades e atitudes que são utilizadas no desempenho de um papel - que cada um possui e as coloca em pratica p que todos aprendam e discutam , pois só há competência se há competência em ação .

A forma explicita para a produção do conhecimento tem engajamento dos atores , a coordenação e a formalização de acordos, tanto na divisão do trabalho como na atribuição dos resultados .

Outro estudo propõe a construção do conhecimento de forma dialógica que não pode ser reduzida a um monólogo ,e por ultimo um outro estudo que propõe a utilização do instrumental sociológico : a observação , analise do discurso , pesquisa arquivística , análise demográfica para explicitação e difusão de procedimentos coletivos .

Em qualquer modalidade de aprendizagem a cooperação entre os indivíduos e um ingrediente fundamental para o seu bom andamento.

A forma pela qual o processo de trabalho é organizado em uma empresa permite identificar como a tecnologia de gestão social atua para a geração e socialização do conhecimento.

As formas de organização nas quais equipes e espaços de interação, que permitam trocar experiências e opiniões, são as modalidades que mais possibilitam difundir o conhecimento tácito entre os indivíduos através da observação, imitação e experiências empíricas, sem contar o papel das relações de trabalho e dos acordos ao nível macroeconômico que favorecem essas situações, para que haja a cooperação dos funcionários.

A IMPORTÂNCIA DO GESTOR

O mercado atual é de constante mudança e inovação. Para se manterem vivas, as empresas tem de se adaptar às mais novas exigências do mercado, com rapidez, mas, ainda hoje podemos encontrar anúncios em jornais do tipo: “Empresa sólida busca profissional com sólida formação”. Trata-se de uma afirmação errada para os padrões atuais, pois transmite a idéia de que ela tem o sucesso garantido sob quaisquer circunstâncias, o que se revela uma inverdade, diante de um mundo em constantes mudanças: o sólido de hoje, pode ser o falido de amanhã.

No presente momento, o mercado exige não só solidez, mas também “fluidez” (flexibilidade para uma permanente adaptação), para que as empresas sobrevivam num ambiente de constantes inovações.

Para as empresas utilizarem a GC como ferramenta para a administração , é necessário que haja mudanças comportamentais, culturais e organizacionais dentro das empresas, e é aí que entra o papel do administrador.

A Gestão do Conhecimento nada mais é que uma ferramenta de controle que capta o conhecimento do funcionário, o codifica e o disponibiliza em fontes alternativas de consulta: livros, arquivos digitais, etc.

Assim, o principal papel do administrador é lidar com o desconforto do controle ao qual os funcionários são submetidos, pois se a empresa é de cultura individualista, ninguém vai querer compartilhar o que sabe, pensando que, se divulgar seus conhecimentos, correrá o risco de ser descartado e demitido logo em seguida. Não é essa a idéia da GC, mas sim que todos partilhem e compartilhem coletivamente dos mútuos conhecimentos adquiridos indivídualmente no exercício de suas funções, fazendo, assim, com que o conhecimento circule livremente, enquanto todos aprendem e ensinam uns com os outros. Ao passo que todos se reciclam e aprendem constantemente, adquirem capacitação e crescente aperfeiçoamento de nível técnico.

Outra questão importante é a de que ambientes submetidos a pressão constante devem ter a atenção do Administrador, que deve estimular a construção de um ambiente de trabalho bem humorado e saudável, pois geração de idéias, criatividade e capacidade de trabalho são grandemente inibidas em ambientes hostis, gerando perdas irreparáveis aos níveis de desempenho de uma empresa.

EMPRESAS QUE ADOTARAM A G. C.

Temos como exemplo a ODECTIS, empresa norte-americana voltada a tecnologias de ponta, e a ISS, companhia de limpeza industrial.

A primeira apresentou um grande resultado, ao divulgar um índice de rotatividade de 9% contra 21% das concorrentes, no terrível ano de 1985.

Depois disso passou a investir em interação e integração, através de aulas de teatro, dança, etc.

Já a ISS investiu em capacitação para seus funcionários, não só no que diz respeito a limpeza, mas também no controle de qualidade, relacionamento com os clientes e, até mesmo, a análise financeira objetivando evidenciar o impacto das medidas adotadas. Tudo isso resultou em uma força de trabalho motivada e fiel, e com substancial queda nos índices de rotatividade de funcionários, que caiu para menos da metade do apresentado pelos concorrentes, revelando que pessoal satisfeito trabalha melhor e com mais empenho.

O mais importante é que, em ambas as empresas, as mudanças ocorridas fizeram com que seus funcionários passassem a ser motivados, de tal maneira que se sentissem não só fornecedores de um serviço de qualidade, mas também como fonte e novos negócios, tanto para a ISS como para a ODECTIS.

O sucesso também é resultado de um ambiente de trabalho descontraído e bem humorado. Pesquisas evidenciam os efeitos positivos do bom humor, causando impacto direto nos índices de lucratividade das empresas, resultado da redução da tensão e suas danosas conseqüências no ambiente de trabalho.

Certas fontes negativas podem ser facilmente identificadas em qualquer ambiente de trabalho, e são causados por condições estressantes e fadiga, resultando em: irritabilidade, distúrbios digestivos, problemas cardíacos, tensão nervosa, etc.

A comunidade médica é unânime quanto ao fato de que o bom humor e a descontração implicam diretamente no bom e positivo resultado dos índices de produtividade, lucratividade, motivação e criatividade de qualquer empresa, ocasionando, em contrapartida, uma positiva queda dos índices de problemas de saúde, indisciplinas e desavenças internas, etc.

GESTÃO DO CONHECIMENTO: POR QUÊ UMA NOVA FERRAMENTE PARA UMA VELHA CONCEPÇÃO ?

Porque a prática de expropriação do saber já foi utilizada por Taylor na administração científica, codificando o saber, e pelos escritórios de Organização & Métodos, na década de 1960.

A Gestão do Conhecimento é uma nova ferramenta, porque surge com tecnologia inovadora para se codificar o conhecimento, permitindo que ele não sirva apenas como fonte de pesquisa, mas seja discutido, incrementado, analisado, seja extrapolado para ser reproduzido e aprimorado sempre, sem contar as novas concepções para a sua utilização (ambiente bem humorado, mudanças e aprimoramentos constantes em todos os níveis da empresa, etc).

Conclusão

O fato é que não existe uma fórmula pronta, uma receita de bolo para nortear o processo de integração de uma empresa a entrar na era do conhecimento

Pesquisas apontam dados oriundos de um processo puramente experimental, cuja aplicação foi motivaria mais pela intuição do que por métodos de cálculos estatísticos.

Ainda existe muita coisa a ser experimentada e pesquisada nesta área, logo ainda existe muito aprender neste processo.

Mas um ponto de consenso existe: uma empresa para sobreviver no último precisa de criatividade o idéias, aliadas a prestação de bons serviços e um bom gerenciamento de equipes. Neste processo a troca de informação é fundamental e para isso é preciso que as pessoas estejam integradas e se sintam células que compõem um organismo Sem esse comprometimento por parte de todos alavancar uma empresa e mantê-la com perfis competitivos é muito difícil,

Outro ponto importante a ser observado é que neste processo quem lidera as equipes de trabalho possui um papel decisivo no processo- lideranças que não são capazes de agir com imparcialidade, bom humor, objetividade e capacidade de promover a integração, não conduzirão empresa nenhuma a lugar nenhum. Líderes de equipe bem preparados e conscientes do processo que estão envolvidos é de vital importância dentro de uma organização.

Atenção especial deve ser dada ao processo de contratação de funcionários em qualquer nível da empresa Contar com pessoas dispostas a aprender a viver neste novo cenário é de fundamental importância para uma companhia.

O humor vem sendo um importante ingrediente neste conjunto, já que vem sendo apontado como forte fator capaz de facilitar o bom relacionamento entre as pessoas e, conseqüentemente, tornando-as mais preparadas para trabalhar num ambiente onde a pressão é uma constante permanente Desta maneira vem sendo usado em muitas empresas como um elemento facilitador do processo de criação de novas idéias e como preparador de pessoas dispostas a ouvirem criticas com maior poder de reflexão.

Com tudo isto, concluímos que o mercado vive e sobrevive de idéias, cresce e se fortalece de pessoas que as transformam em projetos e se torna competitivo com aquelas que transformam projetos em produtos e serviços de qualidade. cliente insatisfeito, não movimenta negócios e sem bons negócios , não há serviços e sem serviços nenhuma empresa sobrevive e emprega.

Fonte: Adm/2005-Elaine MSCS